Em iniciativa inédita no Hemisfério Sul, ECB Group e governo do Paraguai se unem para produção de biocombustíveis avançados

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Assunção (Paraguai), 25 de fevereiro de 2019 – O governo do Paraguai e o ECB Group, holding de investimentos do empresário brasileiro Erasmo Carlos Battistella, assinaram nesta segunda-feira, 25 de fevereiro, um memorando de entendimento para dar continuidade ao plano de investimentos do grupo no país. O maior deles, o complexo Ômega Green, com aporte estimado em mais de US$ 800 milhões, abrigará a primeira planta de combustíveis renováveis de segunda geração do Hemisfério Sul. Serão produzidos diesel renovável (HVO, sigla em inglês para Hydrotreated Vegetable Oil) e querosene renovável (Synthetic Paraffinic Kerosene, ou SPK) para aviação civil e militar, com potencial de atração de capitais internacionais e adição ao Produto Interno Bruto (PIB) paraguaio estimada em mais de US$ 8 bilhões ao longo de uma década.

 

O Ômega Green terá capacidade de produção diária de até 16.500 barris de diesel e querosene renováveis, volume suficiente para atendimento de mais de um terço do consumo paraguaio de diesel fóssil. A maior parte dessa produção será voltada à exportação para países signatários do Acordo de Paris, que precisam acelerar a redução das emissões de gases de efeito estufa por meio da substituição dos derivados de petróleo. Essa diminuição da importação de diesel e aumento das exportações de produtos com maior valor agregado trará um impacto muito positivo para balança comercial do Paraguai.

 

 

O complexo industrial vai gerar mais de 3 mil empregos durante sua construção e 2,4 mil empregos diretos e indiretos durante a operação, além do aumento da renda para agricultores locais. Ao todo, serão beneficiadas mais de 10 mil famílias, por meio de programas de certificação social da produção familiar.

 

 

Em reunião no Palácio de Los López, o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, declarou que o governo dará todo o apoio possível ao projeto e destacou o quanto o país tem trabalhado para facilitar investimentos que promovam crescimento econômico e social. Mario Abdo Benítez afirmou que a estratégia do Paraguai é ser uma referência em logística e ambiente favorável aos investimentos.

 

 

Referência mundial em sustentabilidade

 

 

O Ômega Green é inovador não só por introduzir os combustíveis renováveis no Hemisfério Sul, mas principalmente pelo processo produtivo que o torna um empreendimento sem paralelo em termos de sustentabilidade. Sua produção terá como insumos principais somente produtos orgânicos e renováveis, como óleo de soja produzida em áreas sem passivo ambiental e obtido através da extração com uso do hexano renovável, gordura animal reaproveitada, óleo de cozinha reciclado e hidrogênio totalmente obtido por meio da eletrólise da água, e não pela reforma de gás natural. O complexo será alimentado exclusivamente por energia de fontes renováveis.

 

 

“Nosso objetivo é ter a produção de biocombustíveis avançados mais limpa e renovável possível, sem igual no mundo, certificada pelos mais rigorosos critérios internacionais de qualidade e sustentabilidade”, afirma o presidente do ECB Group, Erasmo Carlos Battistella. De acordo com o empresário, um dos maiores produtores de biodiesel do Brasil e com duas décadas de atuação nos setores agrícola e de energias renováveis, o Paraguai reúne condições únicas para a viabilidade econômica e a sustentabilidade do projeto. “Trata-se de um país com significativa oferta de energia e água para a produção do hidrogênio, potencial de crescimento da safra de soja, oferta de outras matérias-primas para os biocombustíveis e ambiente de negócios e logística muito favoráveis”, explica Erasmo Carlos Battistella.

 

 

Polo tecnológico inédito na América do Sul

 

 

Toda a estrutura industrial do complexo será fornecida pelos líderes mundiais no fornecimento dessas tecnologias e equipamentos, como a Crown Iron Works em extração e tratamento de óleos vegetais, a ThyssenKrupp em eletrólise e a Honeywell UOP no hidrotratamento, em um empreendimento único no continente.

 

 

Além de propiciar uma redução anual de 1,3 bilhão de toneladas nas emissões de dióxido de carbono (CO2) pela substituição dos combustíveis fósseis, o Ômega Green contará com soluções projetadas especificamente para fortalecer o quesito da sustentabilidade, como a geração de vapor a partir de biomassa e o tratamento da totalidade de rejeitos e subprodutos, tornando o complexo totalmente sustentável e certificável nos mais rígidos protocolos internacionais. A unidade será instalada às margens do Rio Paraguai e contará com um terminal logístico rodoviário e portuário, com escoamento da produção por hidrovia.

 

 

“Hoje é um dia muito importante. Concluímos os estudos de viabilidade do Ômega Green e vamos à segunda fase, a etapa do projeto executivo. Queremos começar as obras ainda em 2019”, afirma Battistella. A implementação da planta tem duração prevista de 30 meses, e a intenção é ter plena capacidade produtiva a partir de 2022.